segunda-feira, 14 de março de 2011

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Sempre me pego olhando pro nada e uma coisa só fica em meus pensamentos. É como se eu revivesse alguns momentos, algumas emoções, sensações e sentimentos. Fiz isso agora pouco e ainda sinto aquele beijo, no meio da rua; aquele quase beijo. Minhas bochechas estão rosadas assim como naquele dia, meu coração está acelerado também. É tão bom reviver essas coisas, mas ao mesmo tempo isso acaba machucando. Talvez pela sensação de que há dias, semanas atrás, tudo me passava mais segurança. Tudo ficou tão confuso agora, como se nunca tivesse existido e às vezes, eu caio em mim e vejo que não existiu e nem existe, mas podia ser. Acho que o tempo muda mesmo o foco das coisas, mas eu quero estar errada. Eu erraria de novo, ficaria esperando do lado do telefone ou encostada na porta da sua sala. Estaria escondida debaixo das escadas esperando você passar, perderia aulas, notas. Fugiria dos conhecidos, entraria no banheiro errado, jogaria fora todos os seus cigarros, te morderia ou beliscaria. Morreria de ciúmes a cada dia, te chamaria de "hominho" pra te irritar, tiraria você do sério. Te abraçaria no meio de todo mundo, te daria quantos chocolates você quisesse, seguraria sua mão por toda a vida, deixaria meu coração doer por bater tão forte. Ficaria na chuva com você, choraria noites e noites. Ficaria com as pernas inquietas esperando você aparecer, perderia os sentidos ao olhar pra você. Admiraria o seu sorriso que eu tanto gosto por noites inteiras, ou pelas quatro horas diárias. Estaria sempre preocupada em saber onde você está, com quem e fazendo o que. Acharia graça em ouvir você dizer “inferno” e ao ficar sem graça perto de mim e corrigiria todos os seus erros de gramática. Acreditaria que horas iguais significam alguma coisa e desejaria todo dia ao ver 00:00 no relógio, ter você só pra mim. Diria que eu te amo mesmo morrendo de vergonha... A pergunta é: será que vai dar tempo?

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