segunda-feira, 14 de março de 2011

Sou eu...


Eu sou um caos, uma noite de tempestade, um terremoto, um tsunami. Sou o passo que nunca foi dado, o medo de tentar, a dor de uma lágrima. Eu sou o caco do vidro do carro, o joelho machucado, as olheiras do dia seguinte, o travesseiro molhado. Sou o vento que faz barulho na janela, a noite mal dormida, as folhas que caem no outono. Eu sou o culpado confesso, o fugitivo. Sou a maré que apaga as pegadas da areia, quem erra mesmo sem querer. Eu sou o tédio de um dia de chuva, batata frita sem sal, leite sem açúcar. Sou a vida sem amor, o amor sem vida, a estupidez sem desculpa. Eu sou quem não escuta, quem se cala, quem engole o choro no momento em que mais quer desabar, quem finge que não sente nem se importa. Sou o orgulho que impede, o ciúme que pode cegar. Eu sou um cantor sem palco, um palhaço sem nariz vermelho e sapato grande. Sou quem fala demais e se arrepende, quem não sabe controlar as palavras. Eu sou quem dorme cansado de chorar, quem acorda com cara de sapo, quem deseja mais que tudo ser feliz, quem não consegue lutar pelo que quer. Eu sou a briga sem motivo, a porta batendo, a janela quebrada, os vasos no chão, os papéis molhados, as fotografias rasgadas. Eu sou quem sempre tem a desistência como primeira opção. O medo de sofrer, de encarar, de assumir, de se desculpar, de dizer que ama, de abraçar e chorar, de pedir pra ela ficar, de desistir, de aceitar que não dá pra continuar sozinho. Sou eu...

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