- Estar em paz. - Pausei, falando mais para mim mesmo do que para ela – Será impossível estar em paz. Me diga – Voltei a fixar meu olhar em seus olhos – Acredita mesmo que estará em paz? Não ficará se remoendo, dizendo para si mesma que poderia ter feito diferente? Depois do mal feito, do erro cometido, sempre achamos a resposta certa, e nos arrependemos mortalmente de não ter seguido pelo outro caminho que estava bem na nossa frente, mas fizemos a escolha errada. Paz? Não. Paz é para os resignados.
(…)
- Ou então, que se não fizemos, foi por algum motivo. Sim, é mais reconfortante pensar assim. – Me virei para ela, ainda que ela continuasse de costas para mim - Mas… destino? Se por um lado ele serve como desculpa para seus erros, por outro me parece tão injusto não se poder escolher um caminho diferente. Sei que certas coisas acontecem sem que você possa interferir, mas tudo? Talvez seja melhor acreditar que se fiz algo de errado, ou que não estive em um lugar quando eu deveria ter estado lá, a culpa é minha. Somente minha. Como uma espécie de egoísmo consigo próprio. Prefiro errar e acreditar que a culpa foi minha do que errar e acreditar que não tive outra opção.
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